Se energize

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Cultive esse hábito

Guarda Responsável


Fonte: Revista dos Vegetarianos, Ano 4, No 39, Jan/ 2010; por Samira Menezes.

Eles são criaturas lindas e fofinhas. Quando filhotes então, cães e gatos são capazes de arrancar os comentários mais meigos, inclusive de muitos marmanjos. Porém, esses seres tão indefesos e queridos por toda a família podem sofrer muito devido à falta de consciência dos seres humanos. Por terem sido domesticados há milhares de anos, eles dependem totalmente de quem de quem decide abrigá-los. É justamente aí é que mora o problema, pois muitas pessoas não sabem ou simplesmente esquecem de que esses animais não são mercadorias retornáveis ou descartáveis. Pelo contrário. Precisam de cuidados para o resto da vida, que pode durar até 20 anos dependendo do animal.
Portanto, as conseqüências da falta de responsabilidade e de informação por parte de quem ainda pensa em cães e gatos como meros brinquedos acabam sendo muitas. Entre elas estão principalmente o abandono, o aumento do número populacional desses animais e a superlotação nos centros de controle de zoonoses, que, inevitavelmente, irão sacrificar essas criaturas tão lindas e fofinhas, queridas por toda a família.
A falta de consciência em relação aos animais domésticos começa na maneira como eles são classificados: objetos de propriedade. Por isso, é comum ouvir entre alguns protetores o termo tutor ou guardião, quando se referem a pessoas que resolveram cuidar de um cão ou de um gato. “Nossa idéia é quebrar uma compreensão errônea de que alguém é dono de alguém.” Muitas vezes os protetores que tentam impedir um mau-trato, ouvem do responsável pelo animal a seguinte frase: ‘o cachorro é meu e eu faço o que quiser com ele.’ A gente acredita que, de uma forma geral, quebrar essa idéia de propriedade é um começo – avalia Nina Rosa, presidente do Instituto Nina Rosa; que promove a guarda responsável, o vegetarianismo e novos valores éticos, como a compaixão e a solidariedade em relação aos animais.
Ser um tutor, no entanto, não significa necessariamente que essa pessoa cumpra com suas responsabilidades, que além de não serem poucas, necessitam de tempo. Passear todos os dias, no caso de cães, limpar o cocô e o xixi do animal, dar vacinas, estar atento às pulgas, levar ao médico veterinário, castrar, dar banho, comprar ração de boa qualidade, brincar, dar carinho.... ‘É igual a uma criança, com a diferença que o animal sempre vai depender de você, explica Nina, que lamenta o fato de muitas pessoas facilmente desistirem dos animais em momentos inesperados da vida. Já recebi ligação de pessoas dizendo que iriam mudar para uma casa menor e queriam saber o que fazer com o animal que não caberia no novo lar. Nessas horas eu pergunto: quantos filhos você tem? Normalmente a pessoa conta só os filhos humanos. Daí eu corrijo dizendo que o animal também é um filho. E um filho que ela está querendo abandonar. Isso cria um choque na pessoa.
Deixar um animal para trás no momento de uma mudança na vida, aliás, é uma das maneiras de abandono enfrentadas pelos animais. O grande número de animais abandonados hoje é decorrente da reprodução desenfreada. E pela falta de consciência das pessoas que não castram, que não adotam, mas compram animais e estimulam esse mercado – que é o maior responsável pelo grande número de animais nas ruas, revela Maurício Varalho, responsável pelo site Olhar animal. Que promove a adoção e a educação sobre guarda responsável.
Pior do que a comercialização dessas vidas, Maurício aponta para a falta de informação a respeito da castração. Segundo ele, muitas pessoas ainda não castram os animais domésticos por falta de informação a respeito desse tipo de cirugia ou porque vêem na ninhada uma maneira de gerar lucro. ‘Ser guardião de um animal e não castrá-lo é um ato de irresponsabilidade e mostra a tragédia que se configurou com o crescimento da população animal.’
A consequência dessa falta de consciênciaé o grande número de animais morrendo atropelados, de fome, por falta de cuidado médico e superlotando os centros de controle de zoonoses e abrigos. Apesar da boa intenção dos protetores, Maurício explica que os abrigos não são uma solução para o problema. Pois muitos deles também vivem em situação de abandono. ‘Faço uma coleção de apelos desesperados de abrigos para mostrar às pessoas como eles não têm recursos para água, luz, alimentação, veterinário. Não têm recursos para nada e os animais ficam confinados, às vezes em uma realidade muito pior do que antes, quando ele estava na rua. Nesse sentido, os abrigos deseducam porque quando você monta um, você está dizendo ao universo que a responsabilidade é sua.’
Para o defensor, a solução para o problema está baseada em um tripé: educação, adoção e castração. Esse trabalho precisa ser uma somatória. Ninguém consegue sozinho fazer tudo. Eu não consigo castrar, educar e promover a adoção. Para fazer tudo isso, vou fazer em uma dimensão que não vai resolver todo o problema. É importante que haja um trabalho articulado. O Instituto Nina Rosa, por exemplo, promove a castração e a educação com informações, divulga sites de adoção. Quer dizer, não faz uma coisa desconectada dos outros grupos.
Alpem da falta de educação da população que abandona, não adota e não castra, a maneira que os centros de zoonoses (CCZ) lidam com o abandono de animais é um dos problemas mais emblemáticos (eu diria muito triste), envolvendo a questão. Os das grandes cidades, como a mega SãoPaulo, por exemplo, funcionam na maioria das vezes com sua capacidade máxima. E, como entidades públicas que são, prestam na maioria das vezes um serviço de má qualidade. O foco do CCZ é o bem estar do ser humano e não do animal. Então, precisa mudar essa visão. NÃO MATE PORQUE NÃO FUNCIONA.

Sem muitas delongas vou passar o que se deve fazer antes de ADOTAR um animal e, por favor, vejam os filmes do Instituto Nina Rosa, mostrem aos seus filhos, netos, sobrinhos, vizinhos, amigos, precisamos abrir nossa mente e nos educarmos, eu demorei muito a ter um animal. Porque sempre achei muita responsabilidade com um ser, fui muito feliz, pois me veio uma adoção no momento certo. Já tinha certa noção de que não iria comprar nenhum animal. Mas demorei 40 anos para ter uma situação financeira com certeza de que seria para cuidar dele até o fim da vida dele. Hoje a Brownie (Baba para os íntimos), uma fêmea chocolate linda, é minha felicidade a todo instante.

Se pergunte antes de ADOTAR:
·         Se em alguma questão a resposta for NÃO, então, é melhor repensar na questão e amadurecer.
1-      Seu Lar tem espaço suficiente para a espécie escolhida? Se for apartamento e for um cão terei tempo para caminhar com ele todos os dias?
2-      Estou disposto a cuidar dele por toda a sua vida? Isso quer dizer pelo menos 10 a 20 anos conforme a espécie. Ele não é um produto que será jogado fora depois que ficar velho ou doente.
3-      Nas suas férias ou períodos de ausências haverá alguém para cuidar do animal? cães presos podem latir, choram, ficam estressados, acabam aprontando para se distrair, gatos gostam de companhia.
4-      Você está disposto a arcar com as despesas de um animal? Além de amor, alimentação, abrigo ele vai precisar de cuidados veterinários e remédios.

Olhar animal – www.olharanimal.net

Instituto Nina Rosa - www.institutoninarosa.org.br

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