O que é Constelação Sistêmica?
É um método psicoterápico que
trabalha principalmente as emoções e energias inconscientes que influenciam
nossas decisões. Além do uso para trazer bem estar físico traz também soluções
profissionais e empresariais. O método é muito versátil e abrangente. Pode-se
usar em desenvolvimento de produtos, estratégias, soluções para criação de
roteiros, divulgação e propaganda, etc. Basta ter criatividade para usá-lo.
Basicamente você consegue
visualizar os conflitos e as dinâmicas claramente. Onde está o sentimento de
cada um com questões de relacionamento, emocionais ou de crenças pessoais. Percebem-se
claramente as dinâmicas do inconsciente e suas influencias dentro de um sistema,
seja ele, familiar, de uma empresa, de um bairro, cidade, departamento, até de
um país.
Quando não ajustada, esta ligação
exerce uma influencia a qual traz conflito, dor, tristeza, dificuldades,
mantendo a pessoa presa a essa realidade, de forma dependente, respeitando os
outros indivíduos, porém, no sofrimento. Quando ajustada tudo é transformador.
A pessoa consegue agir, ter atitudes livres de se sentir obrigado a alguma
coisa. Liberdade, paz, amor, respeito, harmonia e bem estar são os sentimentos que
se obtém após as constelações sistêmicas.
Segundo Bert Hellinger, quem
desenvolveu essa metodologia, essa terapia familiar sistêmica, trata-se de
averiguar o sistema familiar ampliado se existe alguém que esteja no emaranhado
dos destinos de membros anteriores dessa família. Através desse trabalho isso
pode ser mostrado trazendo luz a estes emaranhamentos, a pessoa consegue se
libertar facilmente deles. Acontecimentos importantes são, por exemplo, a morte
de irmãos ou a exclusão ou expulsão de um membro da família, ou hospitalizações
em tenra idade, ou complicações durante o nascimento de uma criança ou quando
uma mãe morre de parto. Essas são as coisas nas quais estamos interessados.
Emaranhamentos - significa que
alguém na família retoma e revive inconscientemente o destino de um familiar
que viveu antes dele. Se, por acaso, numa família uma criança foi entregue para
adoção, mesmo numa geração anterior, então um membro posterior dessa família se
comporta como se ele mesmo tivesse sido entregue. Sem conhecer esse
emaranhamento não poderá se livrar dele. A solução segue o caminho contrário: a
pessoa que foi entregue para adoção entra novamente em jogo, isto é, colocada
como um representante na terapia de constelação familiar. De repente, a pessoa
que foi excluída, passa a ser uma proteção para aquela outra que esta se
identificando com ela. Quando essa pessoa (o excluído – o que foi para adoção)
volta a fazer parte do sistema familiar e é honrada, ela olha afetuosamente
para os descendentes.
Existe uma energia ou consciência
de grupo que influencia todos os membros do sistema familiar. A estes pertencem
os filhos, os pais, os avós, os irmãos dos pais e aqueles que foram substituídos
por outras pessoas que se tornaram membros da família, por exemplo, parceiros
anteriores (maridos/ mulheres) ou noivos (as) dos pais. Se qualquer um desses
membros do grupo foi tratado injustamente, existirá nesse grupo uma necessidade
irresistível de compensação. Isso significa que a injustiça que foi cometida em
gerações anteriores será representada e sofrida posteriormente por alguém da
família para que a ordem seja restaurada no grupo. É uma espécie de compulsão sistêmica
de repetição. Mas essa forma de repetição nunca coloca nada em ordem. Aqueles que
devem assumir o destino de um membro excluído da família são escolhidos e
tratados injustamente pela consciência de grupo. São, na verdade, completamente
inocentes. Contudo, pode ser que aqueles que se tornaram realmente culpados,
porque abandonaram ou excluíram um membro da família, por exemplo, sintam-se
bem. A consciência de grupo não conhece justiça para os descendentes, mas
somente para os ascendentes. Obviamente isso tem a ver com a ordem básica dos
sistemas familiares. Ela atende à lei de que aquele que pertenceu uma vez ao sistema
tem o mesmo direito de pertinência que todos os outros. Mas, quando alguém é
condenado ou expulso, isso significa: “Você tem menos direito de pertencer ao
sistema do que eu.” Essa é a injustiça expiada através do emaranhamento, sem
que as pessoas afetadas saibam disso.
Ajudar é uma arte. Assim, pode
ser aprendida e praticada. Também faz parte dela uma sensibilidade para
compreender aquele que procura ajuda. Portanto, a compreensão daquilo que é
adequado e aquilo que lhe ergue para algo mais abrangente.
Nós seres humanos dependemos sob
todos os aspectos da ajuda de outros. Ao mesmo tempo, precisamos também ajudar
outros, ficar só é definhar, não evoluir, quer a morte. A ajuda não só serve
para os outros como para nós mesmos. Via de regra a ajuda é recíproca. Quem recebeu
de outro o que deseja e precisa, também quer dar algo em troca, compensando
assim a ajuda.
O tomar e o dar acontecem em dois
níveis. O primeiro ocorre entre pessoas equiparadas, no mesmo nível e exige
reciprocidade. No outro entre pais e filhos ou entre superiores e necessitado,
existe desnível. Tomar e dar se assemelha a um rio que leva adiante o que
recebe em si. Este tomar e dar são maiores. Tem em vista o vem depois. O ajudar
dessa maneira aumenta o que foi presenteado. Aquele que ajuda é tomado e
inserido em algo maior, mais rico e duradouro. Somente assim teremos a
necessidade e a força de ajudar outros, principalmente quando essa ajuda requer
muito de nós. Ao mesmo tempo, pressupõe que aqueles que queremos ajudar também
necessitem e desejam aquilo que queremos dar a eles. Caso contrário, nossa
ajuda se perde no vazio. Separa ao invés de unir.
Atente, pois essas são leis
universais. Se você conseguir entender e segui-las conseguirá o equilíbrio e a
harmonia em TODAS as suas relações, quer pessoais, quer empresariais. Observe-se,
perceba-se.
1ª Ordem de ajuda – dar apenas o
que se tem e somente esperar e tomar o que se necessita. Desordem é quando uma
pessoa quer dar o que não tem, e a outra tomar algo que não precisa. Existem
limites no dar e tomar. Pertence à arte da ajuda percebê-los e se submeter a
eles.
2ª Ordem da ajuda – está a
serviço da sobrevivência, da evolução e crescimento, que dependem das circunstâncias
internas e externas. Exemplos doenças hereditárias, culpas, etc. Quando não se
admite essas circunstâncias está fadado ao fracasso. Temos que nos submeter às
circunstâncias e somente interferir ou apoiar a medida que elas o permita. A
desordem da ajuda seria negar ou encobrir as circunstâncias, ao invés de
olhá-la com aquele que procura ajuda. Querer ajudar contra as circunstâncias
enfraquece tanto o ajudante quanto aquele que espera ajuda ou a quem é
oferecida ou até mesmo imposta.
3ª Ordem da ajuda – o constelador
ou ajudante se colocar na posição de adulto perante um adulto (cliente) que
procura ajuda. Recusa-se as tentativas do cliente de força-lo a fazer o papel
de seus pais. A desordem da ajuda seria um adulto fazer essa reinvindicação
para que o ajude como se fosse uma criança aos seus pais, para poupá-lo de algo
que ele precisa e deve carregar sozinho, ou seja suas responsabilidades e
consequências.
4ª Ordem da ajuda – o constelador
não se envolve num relacionamento pessoal com o cliente. O indivíduo é parte de
um sistema familiar e o ajudante ou constelador percebe que esse indivíduo
precisa ou talvez deva algo dentro do contexto familiar, quer seja a pais ou
ancestrais, parceiro (a), filhos, enfim. A desordem seria, se outras pessoas ‘essenciais
que tem nas mãos’ a chave para a solução, não fossem olhadas e honradas, a elas
pertencem sobretudo as pessoas que foram excluídas da família, por que os
outros se envergonharam dela (s).
Aquele que procura uma solução de
maneira adulta, sente o procedimento sistêmico como uma libertação e uma fonte
de força.
5ª Ordem da ajuda – olhar o amor
de cada um como ele é, por mais diferente que ele seja de mim. Dessa forma o
constelador abre seu coração, tornando-se parte dele. Aquilo que se reconciliou
com seu coração também pode reconciliar no sistema do cliente. A desordem seria
o julgamento sobre os outros, como uma condenação ou indignação moral ligada a
isso. Quem realmente ajuda não julga.
Para ser um bom constelador (ou
um ajudante) deve perceber observar, compreender, ter intuição e uma boa
sintonia ou ressonância com o cliente.
Fonte:
Bert Hellinger e Gabriele tem
Hövel. ‘Constelações Familiares. O reconhecimento das ordens do amor. Conversas
sobre emaranhamentos e soluções.’ Ed. Cultrix, 1996. 11ª reimpressão em 2015.
Bert Hellinger. ‘Ordens da ajuda.’
Ed. Atman, 2003. 3ª edição, 2015.
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